Existem pessoas que se casam, mas continuam vivendo como se solteiros fossem.
Ora, é impossível um casamento dar certo desse jeito. Quem se casa deve saber e aceitar que a vida vai mudar; agora ela vai viver com uma esposa e, por consequência, terá filhos.
Quem não está preparado para isso não aceita essa mudança de vida, então, não deve se casar. ´`é preciso cultivar boas amizades do tempo de solteiro, mas será preciso saber desligar-se daqueles amigos que não podem ser amigos dos dois, ou que sejam inconvenientes. Os hábitos e a mentalidade de solteiro terão que ser modificados em nome da nova vida. Isto pode custar muito sacrifício, porém, faz parte do exercício do amor conjugal.
Lembre-se de que agora você não é mais apenas uma vida isolada, mas uma vida a dois, isto é, uma vida conjugal da qual você pertence, doravante, a um “corpo conjugal”. Especialmente é necessário lutar para deixar os maus hábitos da vida anterior, quem sabe: o álcool, o jogo, a preguiça, a mentira, a leviandade, o mau humor; a ira, a ganância, a violência, os palavrões, o modo de vestir-se com descuido ou despudorado. A festa de “despedida de solteiro” deve valer também em qualquer circunstância. Portanto, cada um precisa ter cuidado com os horários; ser pontual com o outro, não se esquecer de que ele pode estar esperando e a espera, em demasia, muitas vezes é o motivo para uma possível separação. Pensem nisso! Caro ouvinte de nosso encontro semanal, não pense que isso signifique sofrimento ou frustração, nada disso; as novas alegrias, até maiores que na vida de solteiro, poderão ser vividas no casamento, desde que o casal se preocupe em fazer o outro feliz. A FALTA DE PACIÊNCIA no casamento é outro fator de martírio que vence todo sofrimento. Não há barreira que não caia pela força da paciência, fruto da fé, da humildade e do abandono da vida em Deus. Foi pela e na paciência que a Igreja Católica, no tempo certo e oportuno, venceu todos os seus inimigos: o Império Romano, as heresias, as perseguições, o comunismo, o ateísmo, os pecados de seus filhos, entre outros.
Quando os nossos pecados e fraquezas nos assustam e nos desanimam, é preciso ter paciência também conosco e aceitar a nossa dura realidade. Você já pensou nisso, caro ouvinte? Quando for difícil caminhar depressa, então, é preciso ter paciência e aceitar caminhar devagar.
A paciência do cristão não é vazia nem significa imobilismo ou resignação mórbida, tampouco perda de tempo. Não! É a certeza de que tudo está nas mãos d’Aquele que tudo pode. “Um espírito paciente vale mais que um espírito orgulhoso. Não cedas prontamente ao espírito de irritação; é no coração dos insensatos que reside a irritação” (Ecl 7,8-9). O que não podemos mudar em nós ou nos outros, devemos aceitar com paciência, até que Deus disponha as coisas de outro modo. Ninguém perde por esperar! Isso é muito importante na vida do casal.
A paciência é amiga do silêncio e da fé. É a paciência que nos levará para o céu!
“Aceita tudo o que te acontecer; na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência.” Eclo 2,4). Santo Agostinho disse uma bela frase: “Quando se ama não se sofre; e se sofre, ama-se o sofrimento”. Por amor superamos a dor. Santa Teresa D’Ávila gostava de dizer: “Nada te perturbe; nada te espante. Tudo passa. Só Deus não muda; a paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta; Só Deus basta!”. Do mesmo modo que o calor conservado se transforma em energia, assim a ira controlada pela paciência pode transformar-se em uma força capaz de mover o mundo, o casamento e a família. Quando o fogo e a água estão em guerra, é sempre o fogo que perde; você caro ouvinte já percebeu isso na sua vida?
São Paulo diz que “o amor é paciente”. Sem a paciência não é possível construir o outro. São Tiago ensina que “a paciência gera a perfeição” (Tg 1,4). Pensem nisso Às vezes, em nossa vida cotidiana precisamos mudar de atitude para mudarmos de vida. Muitas experiências ao mudar de vida é, simplesmente voltar-se para Deus e demonstrar por meio de nossas atitudes que Ele, Deus mudou nossas vidas. Já pensou nisso, caro ouvinte? A hora é agora! Arrependamo-nos pois, o Reino de Deus está próximo, diz-nos Mt 4.17. O arrependimento significa mudança de vida– visível e perceptiva para os outros e, principalmente para nós mesmos. A falta de aceitação a uma nova vida é um caminho que não devemos percorrer.