Por Leonardo Milagres, g1 Minas — Belo Horizonte

Um casal acusado de envolvimento na morte de Brenda Rick Cândido foi condenado, nesta segunda-feira (12), pelo Tribunal do Júri de Belo Horizonte. A mulher foi encontrada carbonizada, no bairro Goiânia, Região Nordeste da capital, em 4 de junho de 2022.

Joelson Lauriano da Costa Filho recebeu uma pena de 23 anos e seis meses de prisão por homicídio e ocultação de cadáver. Ele vai aguardar a fase de recurso em regime fechado.

Já a companheira dele, Aline dos Santos, foi condenada a um ano e seis meses por ter ajudado a esconder o corpo da vítima. Inicialmente, ela vai responder em liberdade.

O terceiro denunciado no caso é o ex-namorado de Brenda, Cláudio Gonçalves, que entrou com um recurso na Justiça e ainda não teve o julgamento marcado. No entanto, de acordo com as investigações, ele atraiu a vítima para a residência do casal com o objetivo de matá-la.

Nesta segunda, em depoimento no tribunal, Aline confessou que ajudou Joelson a sumir com os vestígios do crime. Ela contou que o marido havia mandado uma mensagem dizendo que teria feito besteira e que, ao chegar em casa, se deparou com a mulher morta.

Segundo ela, mesmo após uma discussão, o homem não quis explicar quem era a mulher morta. O casal pegou o carro de um amigo emprestado para se livrar do corpo e, em seguida, limpou a casa.

Joelson usou o direito de ficar em silêncio e não respondeu às perguntas feitas pelo juiz.

Relembre o caso

O corpo de Brenda foi encontrado carbonizado, na Rua Estrada, no bairro Goiânia, Região Nordeste de Belo Horizonte.

Militares chegaram ao local após um sem-teto contar que viu duas pessoas retirarem um saco de um carro preto e, em seguida, atearem fogo. Após análise, a PM confirmou que se tratava de um corpo feminino.

As investigações apontaram que a vítima sofreu uma emboscada e foi executada a facadas no bairro Nazaré, na Região Nordeste de BH.

Boletins de ocorrência demonstraram que o relacionamento de Brenda com o ex-namorado era marcado por agressões físicas e psicológicas.

Segundo o inquérito policial, o crime foi cometido por motivo torpe e meio cruel, "causado por vingança decorrente do término do relacionamento".

Medida protetiva

Conforme a mãe informou no boletim de ocorrência, Brenda tinha medidas protetivas contra o ex-companheiro.

Nos dias 21 e 25 de abril de 2022, ela registrou boletins de ocorrência por ameaça. De acordo com um dos documentos, Cláudio chegou a dizer para a mãe da vítima que "deveria ter quebrado o pescoço de Brenda, e não o celular dela".

Afirmou também que se Brenda "não fosse dele, não seria de mais ninguém".

A Justiça confirmou à reportagem as medidas cautelares.

22 de abril

Uma medida protetiva foi expedida com as seguintes proibições:

Proibição de aproximação da ofendida a menos de 300 metros (...)

Proibição de manter contato por qualquer meio de comunicação ou divulgação de imagens da vítima (...)

Proibição de frequentar a residência ou local de trabalho da ofendida (...)

23 de abril

Proibição de se ausentar da comarca de Belo Horizonte por mais de 30 dias sem autorização judicial ( ...)

Compromisso de manter endereço atualizado e comparecer a todos os atos do inquérito ou processo (...)

Recolhimento domiciliar noturno nos dias úteis (...)

Recolhimento em feriados e finais de semana por seis meses (...)

Proibição de aproximação da ofendida observada a menos de 500 metros

Proibição de contato com a ofendida por qualquer meio de comunicação