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Golpista do Grindr extorquia e ameaçava gays em encontros sexuais no DF
VÃtimas do golpista do Grindr relataram pavor e medo após ameaças; há relatos de que suspeito usou uma faca para extorquir usuários do app 14/04/2023Jade Abreu Carlos Carone Mirelle Pinheiro/Metrópoles
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga Túlio Moreira Soares por usar o aplicativo Grindr para atrair homens e lhes extorquir dinheiro com uso de violência e ameaças. Pela plataforma, o suspeito marca encontros na casa das vítimas usando fotos falsas e, quando chega ao local, ameaça quebrar móveis e agredir os homens caso não paguem uma determinada quantia. Sozinhas em casa, as vítimas tiveram até facas apontadas para elas. Ao fazer a transferência, o número do Pix é um celular de outro estado e o agressor ainda dizia ter comparsas dentro do condomínio. Para acessar a portaria, dava nomes falsos ou alegava ter acesso ao local, por ter uma parente vizinha da vítima. Não só a violência no dia, mas também a sensação de vulnerabilidade aterrorizou os jovens. Histórias de pessoas diferentes mas com o mesmo roteiro foram relatadas à polícia e ao Metrópoles. O Grindr é um aplicativo de relacionamento voltado ao público LGBTQIA+ e há estigmas dentro da própria comunidade quanto ao uso do app. Os nomes das pessoas ficarão em sigilo nesta reportagem, assim como alguns detalhes para que não ninguém seja identificado, apenas o suspeito. As histórias foram misturadas para que Túlio não saiba quem, de fato, o denunciou. A apuração está na 11ª Delegacia de Polícia (Núcleo Bandeirante), que confirmou investigar o caso. Em tramas vilanescas parecidas, Túlio assumia um outro nome dentro do Grindr. Lá, em conversa rápida, ele insistia para marcar um “date” sempre na casa da vítima. A pessoa então aceitava, mas quando o criminoso chegava ao apartamento, a vítima percebia que o homem também usava fotos falsas. Ameaças As vítimas, então, relataram questionar o fato de Túlio ser outra pessoa da que se apresentou antes, pelo aplicativo. Nesse ponto, há uma diferença do desenvolvimento da história: quem negou e quem aceitou o encontro. Nos casos das recusas, Túlio usa de alguma desculpa, como pedir para entrar para beber água. Dentro da casa, ele começa as ameaças. “Ele inventou que era garoto de programa e que não iria embora enquanto não recebesse pagamento pelo programa, mas em nenhum momento, segundo as vítimas, teria sido abordado o assunto a respeito de um encontro com um acompanhante, pois tratava-se de um encontro consensual, sem pagamento de qualquer valor”, afirmou uma das vítimas. “Ele segurou minha televisão e fez que ia jogar. Se eu não pagasse, ele dizia que ia quebrar ela. Meu computador também. Fiquei desesperado”, contou outra vítima.
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