Para iniciar nosso primeiro encontro de 2023 tomo emprestado de Mark Twain o pensamento: “O melhor meio de multiplicar a felicidade é dividi-la com os outros”. De Maxwell: “A esperança no futuro reside em três palavras: eu sou capaz”. E de Mário de Andrade: “O passado é uma lição para se meditar, não para se reproduzir”.
“Meter o bedelho”. Essa expressão significa intrometer-se em um assunto que não diz respeito a si próprio. Bedelho tem dois dignificados principais. A palavra designa a pequena tranca posicionada na horizontal entre batentes de uma porta ou janela, de forma a permitir que seja fechada ou aberta, e também um trunfo pequeno, insignificante em jogo de cartas. Diz-se que esse segundo significado estaria mais relacionado com a origem da expressão.
Quando uma pessoa “mete o bedelho” em algo, ela geralmente dá uma opinião intrometida, insignificante, sem importância. O mesmo acontece no jogo de cartas.
Um bedelho usado é praticamente uma carta forçada, não faz muita diferença no jogo e, por isso, é irrelevante. Você caro ouvinte já meteu o bedelho em assuntos que não lhe diz respeito, ou sequer tenha algum interesse? Pense nisso?
Ainda estamos na oitava do Natal. Ontem, por exemplo, foi o dia consagrado aos Três Reis Magos, Gaspar, Baltazar, Melchior. Foram eles os primeiros seres humanos na face da terra a compreenderem o sinal de Deus aos homens de boa vontade. Levaram a Jesus recém-nascido, três presentes: Ouro, Incenso e Mirra. O ouro representava a realeza de Jesus como filho de Deus, o Rei do Universo. O incenso representa nossa adoração ao Senhor Jesus. A Mirra, uma resina extraída das árvores, representa o sofrimento do Cristo Rei na Cruz. Quando Jesus estava crucificado, pediu agua, deram-lhe mirra que representa todo seu sofrimento na cruz para nos dar a salvação. Assim foi e é nossa missão na face da terra. Já pensou nisso, caro ouvinte?
Quantas vezes, caros ouvintes, celebrastes o Natal de fora? O Natal litúrgico, 25 de dezembro de cada ano? 20, 30, 50, 60, 70, 80, 90 vezes em tua vida? Foi um verdadeiro Natal ou foi apenas um pseudo Natal? Foi um Natal, ou foi o teu Natal?
Foi como um fogo pintado na tela ou foi um fogo real, cheio de força, luz e calor?
Natal sem natalidade não passa de ilusão e mentira... Que quer dizer um Natal onde não haja nascimento de Cristo? Nasceu ele, é verdade há 2023 anos na gruta de Belém, mas não nasceu na gruta de seu coração. Ainda? Foi reclinado na singela manjedoura de palha, mas pode você, caro ouvinte, dizer em verdade: “Já não sou eu que vivo, mas sim o Cristo é que vive em mim” disssera, outrora, São Paulo!
Ainda que mil vezes nasça Jesus em Belém de Judá – se não nascer em mim, em ti, em todos nós, perdidos estamos, não é mesmo? A árvore de Natal que costumamos armar em nossas casas é bem o símbolo inconsciente do teu pseudo Natal interior: árvore sem raízes, morta ou moribunda, ostentando lindos enfeites de papel sem vida, frutinhas ocas de celuloide inerte, que talvez, seja isto que é a sua vida espiritual, não é mesmo? Quanto tempo ainda, você, caro ouvinte pretende “brincar de Natal”, sem celebrar um verdadeiro Natal, um dia totalmente especial que é o natalício do Cristo Jesus em sua vida? Por que essa camuflagem e insinceridade diante de você mesmo? Por que não ratificas, enfim, todas as tortuosidades de sua vida? Por que não pões ponto final a toda essa política e diplomacia curvilíneas do seu egoísmo e inicias, finalmente, uma vida retilínea de absoluta verdade, honestidade e amor universal? Quando você vai permitir que nasça o Redentor, ele que é o Caminho, a Verdade e a vida! Ainda não imaginamos que aquele que nos diz a gruta, a manjedoura, os anjos do céu e os pastores da terra se em você acontecesse o glorioso simbolizado de que esses fatos históricos são os símbolos longínquo e vago. Caro ouvinte de nosso encontro semanal, que uma nova luz de compreensão o Cristo do Evangelho apareceria dentro de você se ainda nascesse o Cristo da sua experiência íntima no encontro pessoal com o Filho de Deus! Se Jesus Cristo fosse para você não apenas um artigo de fé aridamente crido, mas uma estupenda realidade intensamente vivida. Se o Cristo hoje viesse em você e você vivesse o Cristo Ressuscitado, ou antes, se você fosse vivido pelo Cristo, que vida abundante seria a sua vida? Se nós os errantes pela terra tivéssemos, um pouquinho. Somente um pouquinho de amor ao próximo, o mundo seria outro. Já pensou nisso caro ouvinte de nosso encontro semanal? Não caberia em você tamanha felicidade e a sua exuberante felicidade em Cristo transbordaria em amor e benevolência para com todos os irmãos ao derredor. Já pensou nisso também? A própria Natureza inconsciente receberia um reflexo desse transbordamento de amor e felicidade, e, como São Francisco de Assis, sóbrio de Deus, cantarias e cantarias as glórias divinas às pedras e às plantas, às aves e aos peixes, ao sol, à lua e às estrelas... Convidarias a própria “irmã Morte” para entoar louvores ao Pai Celeste.
Se tivesses celebrado o seu Natal de dentro, se o Cristo vivesse nascido em ti e em ti vivesse, seria a tua vida uma gloriosa ressurreição, com certeza, e os anjos da Páscoa confundiriam as suas vozes como a dos anjos de Belém, cantando hosanas e aleluias: Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens, em todos os caminhos da sua existência, mesmo por entre as sombras da morte. Celebre o teu verdadeiro Natal, meu amigo e amiga ouvinte e saberás o que o Cristo significa para ti e para todos os que o recebem e vivem nele. Penem nisso, pois é “Renascidos pelo espírito” que seremos “Feitos novas criaturas em Cristo, por Cristo e em Cristo para sempre Amém. Amém?