Marcos Gabiroba e a crônica da semana “Dar conselho a alguém é bom: ser aconselhado é melhor
Lembro a nosso público ouvinte que ontem dia 02 de dezembro foi o dia consagrado como o DIA INTERNACIONAL PARA A ABOLIÇÃO DA ESCRAVIDÃO. A escravidão ainda é uma realidade em nosso país até hoje. Ela se apresenta de várias formas, incluindo o tráfico de pessoas, exploração sexual, trabalho infantil, casamento forçado, exploração severa de pessoas para ganho pessoal ou comercial.
No Código Penal Brasileiro é crime “reduzir ou seduzir alguém” a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva; quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho; quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. É comum, ainda hoje, no campo e nas cidades empresas que exploram trabalho forçado ou servidão por dívida, quando o trabalho é exigido para pagar um empréstimo, ficando sem controle de suas condições de empregado e dívida. Por incrível que pareça esta é uma realidade existente no meio rural, nos condomínios, nas fazendas e até mesmo nas casas de famílias. Uma situação como esta aqui descrita se se trata de uma situação denominada“escravidão branca”.
Não é mais possível em pleno final de ano e pré- início de um ano novo como 2023 essa espécie de escravidão ou trabalho forçado ainda existir e tenha espaço, neste país “grande e bobo”. Mas que ele existe, existe mesmo! A escravidão como sabemos é aquele “estado ou condição de escravo ou cativeiro, ou sujeição e falta de liberdade que o empregador impõe sobre o empregado em qualquer circunstância”; já a servidão é análoga à escravidão, porém, a liberdade é subjugada ao empregador, na maioria das vezes, sem receber salário ou sequer remuneração pelos serviços prestados.
Amigos e ouvintes mudando de pau para cavaco, sempre tive apreciação e respeito por todos os meus amigos e, por que não, por pessoas que às vezes meu Anjo de Guarda me repreende, porém, um bom amigo sempre demonstra empatia, mas também é sempre cauteloso quanto a oferecer seus préstimos ou conselhos. Não me importo quanto ao seu relacionamento seja íntimo ou parcial, mas em regra geral sempre é bom ter cuidado com recomendações que vier a fazer sobre sua pessoa. Na vida possuímos pessoas amigas que confidenciam-nos segredos particulares importantes de sua juventude, ou ainda detalhes de seu casamento, mesmo que pareça que ele precisa de mais de você do que apenas um ouvinte completamente neutro, ofereça sua empatia, mas deixe os conselhos para os profissionais do ramo, isto é, psicólogos ou conselheiro matrimonial, pelo bem do futuro dessa amizade.
Isso pode parecer pouco a oferecer, mas, na realidade, a empatia tem bocado a contribuir com esse relacionamento: demonstra que você realmente sabe como é sentir-se triste, envergonhado ou com alguma dor, além de ajudar quem está sofrendo a sentir-se menos sozinho. Quando você demonstra empatia por um amigo que está passando por uma situação difícil, não apenas deixe claro que você se importa em proporcionar-lhe alívio para os infortúnios dele. Quando se tem um problema, puder compartilhá-lo com um amigo é uma das formas mais eficazes de aliviar o peso sobre nossos ombros, não é mesmo? Você caro ouvinte já passou por semelhantes situações?
Dar conselho, por outro lado, embora seja um ato bem-intencionado, pode vir a causar alguns problemas. Por exemplo: se seu amigo aceitar a sua sugestão, mas o resultado não for o positivo, vocês dois se sentirão desconfortáveis e, daí em diante, suas amizades estarão abaladas, quiçá perdidas. Caso seu conselho ou opinião for ignorado, no entanto, você poderá sentir-se desprezado ou ofendido, não é mesmo? O quê melhor fazer em casos análogos? Deixar claro para seus amigos que você está sempre disponível para escutá-los. Se algum conselho ou opinião for necessário e você considerar a ideia conveniente, sugira uma consulta a um terapeuta ou psicólogo, ou ainda indicar-lhe um bom livro sobre o assunto é também muito válido e de bom alvitre. Lembre-se: quando da próxima vez que um seu amigo íntimo lhe trouxer seus problemas ou infortúnios, resista ao impulso de lhe dizer o que fazer. Em vez disso, mostre-lhe que você compreende como e o que ele se sente. Aconselhar é bom. Sugerir é melhor ainda. Ficar calado, lembre-se que o silêncio é ouro e a palavra proferida é prata, disse outrora pensador desconhecido. Siga a vida. Ela é o melhor conselheiro. Exemplos, temos por demais. Aliás, os exemplos sempre nos ensinam alguma coisa, não é mesmo? Às vezes, voltar ao passado pode servir para pensarmos no futuro. Dar um conselho a alguém é bom, ser aconselhado é muito melhor. Já pensou nisso? Não deixe a escravidão ou um mau conselho tomar conta de você. Você, ainda é um ser humano livre. Pense nisso.