Com manifestação contra o adiamento da decisão do STF, AVABRUM realiza mais um ato do dia 25
Familiares de vítimas e atingidos pelo rompimento da barragem da Vale compareceram ao letreiro da cidade na data que se completa 3 anos e 9 meses sem as joias para prestar suas homenagens e indignações
“Dia 25 é todo dia!” Essa frase é muito lembrada pela AVABRUM (Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão) durante todos os dias. É com esse sentimento que nesta terça-feira (25), a instituição compareceu ao letreiro da cidade de Brumadinho para realizar mais um ato em homenagem às 272 vítimas que se foram devido à tragédia-crime do rompimento de barragem em 2019.
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Ato em memória das vítimas da barragem da Vale acontece todo dia 25
Durante o ato, houve a leitura de um texto e manifestações de protestos por parte dos familiares contra o adiamento da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o local onde a ação penal que apura as responsabilidades de 16 réus e das empresas Vale e Tüv Süd será julgada. Andresa Rodrigues, mãe do Bruno e vice-presidente da AVABRUM, mencionou que o julgamento em Minas Gerais será mais justo para o trâmite. “O crime aconteceu aqui e é aqui que tem que ser julgado”, disse.
“Nossos atos estão, primeiramente, voltados no encontro das 4 joias. No ato e na ação por justiça, lutamos pela manutenção do processo criminal na Justiça Estadual de Minas Gerais. Quanto mais distante do Estado de Minas Gerais o processo estiver, mais distante dos olhos dos familiares e daquilo que vai trazer alento para os nossos corações estará. Não podemos deixar que volte à estaca zero quase 4 anos depois da tragédia-crime que tirou a vida de 272 pessoas”, completou.
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Crianças participaram de Ato Mensal da AVABRUM
Com a presença de familiares, amigos, autoridades, e crianças projeto do Centro Cultural Casa do Camilo, o ato foi apresentado por uma criança, prima de uma das Vítimas, Alice Jolie, para marcar e homenagear todas as crianças que perderam pai, mãe e entes queridos. Houve a chamada dos nomes de todas as vítimas e um momento para mostrar força aos familiares das 4 joias que ainda não foram encontradas. A soltura dos balões foi feita e o minuto de silêncio respeitado após a apresentação do coral e orquestra do Centro Cultural Casa do Camilo, composta por crianças e adolescentes.
Ao todo, o Ministério Público de Minas Gerais denunciou duas empresas, Vale e Tüd Süd, além de 16 pessoas, ex-diretores da mineradora Vale e executivos da Tüv Süd. A ação tramitava na Justiça mineira, porém, dois dos réus entraram com um recurso para que o processo passasse à Justiça Federal. A AVABRUM lamenta que o processo sofra mais adiamento e espera que a ação não volte à estaca zero.
Ainda de acordo com Andresa, “a presença de crianças no ato, inclusive na apresentação e condução do mesmo, é para dizer que nunca cairá no esquecimento o que aconteceu em Brumadinho, pois a criança perpetua o legado que a AVABRUM deixa hoje, em saber que houve um crime e que a Instituição segue em luta por justiça, pelo encontro das 4 joias, pela memória e pela não repetição do crime Não queremos que outras crianças passem por aquilo que nós passamos. Esse é o significado de uma criança conduzir o ato”.
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