Marcos Gabiroba e a crônica da semana "Pare de deixar as coisas para mais tarde"
Já estamos no mês de abril, o quarto mês do ano. Abril é também o tempo da Semana Santa que se aproxima. Nossa crônica de hoje versa sobre o tema “Pare de deixar as coisas para mais tarde”, acontecimento este muito comum em nossa vida cotidiana, não é mesmo?
Recentemente recebi um telefonema desesperado, em pânico mesmo de uma Técnica em Contabilidade que deu uma das desculpas mais utilizadas para justificar atraso em sua prestação de contas contábeis. Ela usou a frase familiar “foi muito complicado e levou um bocado de tempo”. Se você respirar fundo e der um passo atrás, acho que você concordará comigo que, de certa forma, esta é uma desculpa ridícula que cria problemas desnecessários para a pessoa atrasada, assim como para a pessoa que precisa esperar. Tudo o que ela realmente garante é que você vai continuar a estar atrasado, enquanto encoraja você a sentir-se vitimado pala falta de tempo. Claro e evidente que todo projeto leva certa quantidade de tempo. Isto é verdade – seja uma declaração de impostos, um trabalho burocrático, um relatório a construção de uma casa, ou escrever um livro. E, embora existam fatores totalmente fora do seu controle e completamente imprevisíveis, a verdade é que, na grande maioria dos casos, você pode fazer uma avaliação razoável da quantidade de tempo de que vai precisar para completar uma tarefa, mesmo que tenha de contar com algum tempo extra para elementos desconhecidos.
Por exemplo, a Técnica em Contabilidade que me referi neste espaço, sabia muito bem que sua tarefa era um pouco complexa e que deveria levar em conta o grau de dificuldade de sua agenda. Ela também tinha a vantagem, como o resto de nós, de saber a data exata em que o governo exigia a devolução completa, do imposto a pagar! Por que, então, ela esperou tanto tempo para começar a preparar a documentação necessária para realizar-se o pagamento? E por que usou a desculpa do “realmente complicado” em vez de simplesmente admitir que esperara tempo demais na elaboração de toda documentação para que o imposto fosse pago? Ela teria levado exatamente o mesmo número de horas para completar o projeto se houvesse iniciado um mês antes ou esperado ainda mais tempo. Complicado né!
Mas muitos de nós já fizemos a mesma coisa no trabalho e na vida pessoal, não é mesmo? Conheci muitas pessoas que sempre estiveram fazendo a mesma coisa, isto é, sempre atrasadas, principalmente quando tinham que apanhar seus filhos no transporte escolar; sentar-se antes da missa começar na igreja, ou preparar comida para convidados. A parte interessante desta tendência, não é o fato de estarmos sempre atrasados, mas as desculpas que sempre usamos: “tive de pagar três crianças”, “Tive de fazer duas paradas antes do trabalho”; “É duro deixar tudo pronto antes de sair de casa”; “Ter convidados é mais trabalho para mim”. Ora, bolas! Se sentes assim, por que então assumistes compromissos, Mais uma vez, não estou enganado, nem negando que é difícil deixar tudo pronto – porque é – mas em todos esses exemplos, você está trabalhando com variáveis absolutamente conhecidas. Você sabe exatamente quantas crianças tem, quanto tempo leva para aprontá-las e para pegá-las onde quer que estejam.
Superar as tendências de cair nos mesmos erros dos outros, exige humildade e assídua persistência. Pense como sua vida seria muito menos estressante se você simplesmente começasse as suas tarefas um pouco mais cedo. Em vez de você agarrar ao volante e cantar pneus em ruas até o aeroporto ou ao escritório, você chegaria com cinco minutos de antecedência. Em vez de fazer com que alguns dos pais das crianças no seu transporte fiquem frustrados e zangados com você a maior parte do tempo, você cria a reputação de amigos confiável e consciencioso. Assim nos ensina o “modus vivendi” da moderna visão de um mundo ainda conturbado, especialmente, por desavenças e guerra inoportuna, não é mesmo? Esta é uma das sugestões mais simples que se faz em livros, mas de algum modo é uma das mais importantes. Uma vez que você adquire o hábito de começar um pouco mais cedo, grande parte de seu estresse diário, pelo menos aquela parte sobre a qual você tem algum controle, automaticamente vai desaparecer, e por consequência, você vai parar de deixar as coisas para mais tarde seguindo o velho e conhecido adágio popular: “Não deixe para amanhã o que se pode fazer hoje”. Pensem nisso. Ah!, voltando ao caso da Maricota: a solução do problema da falta de água em Itabira nunca estará no da transposição de água do Rio Tanque como querem alguns inescrupulosos políticos da terra de Tutu Caramujo. Gastar 125 milhões de reais é um absurdo, principalmente se for a obra financiada pela Caixa Econômica Federal, através de empréstimo à longo prazo. Esta será uma dívida impagável, além de gerar oportunidades de falcatruas políticas. A solução está na cessão de uma pena d’água “ad infinita” da Vale ao Município. Água esta que se encontra ao redor da cidade, respeitando-se, é claro, o direito perene da empresa. Uma boa e ótima conversa do Prefeito Marco Antônio com a direção da Vale nada impede a solução da falta de água na cidade. Pensem também nisso... A Semana Santa está chegando. Preparemo-nos para receber Cristo Ressuscitado em nossos corações...