Plagiando nosso poeta mor, com respeito, escrevo: Alguns anos eu vivi no bairro da Fábrica de Tecidos da Gabiroba, hoje, simplesmente, o maior bairro de Itabira em população. Principalmente nasci no bairro da Gabiroba, por isso, nunca fui uma pessoa triste, nem orgulhosa, porém, teimoso, cabeça dura, obstinado, turrão e de bom coração, pois convivi com funcionários e empregados da Fábrica, onde meu pai e irmãos trabalhavam e com os filhos dos empregados, todos, na época, crianças e adolescentes como eu, jovens que pensavam num futuro melhor, todos meus amigos. Na Gabiroba, onde morei por dezenove anos forjei minha característica de vida formando meu caráter e aprendi com meus pais a ser uma pessoa honesta, trabalhadora, cumpridora dos deveres e a ter dignidade. Ao completar quatorze anos meu pai colocou, a mim e meu irmão José Nélson, a cursar o quinto ano no Grupo Escolar Major Lage – Admissão ao Ginásio – com a inesquecível professora, dona Júlia Jabour e, no final do ano, alcancei o direito de entrar no Ginásio, através do Exame de Admissão. Daí em diante, minha vida de um “roceiro” começou a mudar, pois eu e meu irmão passamos a conviver com novos colegas e as amizades foram fluindo: José Nestor Vieira, Tião Carabina, dr. Mauro Márcio Alvarenga – contemporâneos, dr Mário Lúcio Alvarenga – colega de sala de aulas – Ilton Alvarenga – contemporâneo – dr. Paulo Magalhães, também contemporâneo, Joe Garcia e muitos outros nomes de alta confiança, ainda vivos que a memória não me ajuda lembrar, e, outros colegas de sala de aulas: Mauro Hilário, Dupli (Antonio de Melo Sá), Cândida Farias, esposa de Joaquim Alvarenga e filha de dr. Clarindo de Faria Silveira, um dos maiores Juízes da Comarca de Itabira, o que mais exemplo como pai amigo, solidário, honesto culto e competente que já tivemos nestas plagas; Vera Lage, Carmem Lucia Pires Guerra, Iara Bersan, Rosa Guerra Lage, Geraldo Eugênio Rosa Machado, as irmãs Marilete e Ana Maria Jardim Machado, Rosa Alencar, José Vital da Silva, Ózio Garcia, Tião de Mundico, José Cabral Filho, Franklin Figueiredo, José Eduardo – o legendário “Zé Dudu”, Zé Guedes, Délio de Carvalho Guerra, as irmãs, Grécia e Juraci de Carvalho, filhas de Geraldão, no Pará e outros e outras, principalmente quando fizemos parte da primeira turma mista – homens e mulheres – na mesma sala de aulas da terceira série ginasial, em 1957, além, daqueles e daquelas quando formamos da primeira turma da Escola Técnica de Comércio Itabirana, esta fundada pelos itabiranos Olinto Andrade, sua irmã Senhorinha Andrade e Fábio de Carvalho Brandão, um cidadão belorizontino, então, Promotor de Justiça do Estado de Minas Gerais e, os professores, Maurício José Martins da Costa, Luiz Menezes, dona Marieta Sampaio, Saul Reis, Chico Rosa, Daniel Camilo e professor Romualdo, todos fundadores da - Fide - Fundação Itabirana Difusora de Ensino e outros baluartes do ensino em Itabira, dentre eles citamos com orgulho e galhardia: Dom Marcos Antonio Noronha, nosso primeiro bispo diocesano e Ceomar de Paula Santos. Posteriormente substituídos por nosso inesquecível segundo bispo diocesano, Dom Mario Teixeira Gurgel que se vivo fosse estria completando cem anos no próximo de vinte e dois deste mês e fundador da Funcesi. Memórias que não voltam mais! Como dói! Homens e mulheres probos que viveram e morreram em prol do crescimento educacional desta terra de Tutu Caramujo e de Carlos Drummond de Andrade que se vivo fosse estaria completando 119 anos de vida, no próximo dia 31, e, dia 17 de agosto, completaram-se 37 anos de sua partida para a eternidade. Os anos passam! As memórias ficam, às vezes, turvas, no ostracismo dos incompreendidos, porém, a gratidão não passa, ela é eterna. “Benditos os que acreditaram e ainda acreditam os que transformaram e transformam todo momento em motivos de esperança, os que fizerem e fazem todo o trabalho um instrumento para melhorar o mundo, a vida e a cada um de nós”, por isso, são eternos e merecedores de nosso carinho e homenagem nesse tempo em que nossa terra vibra com todos àqueles que construíram ou ajudaram a construir essa terra chamada Itabira, terra que ainda brilha, não mais na cor do minério de ferra, mas no sangue de seus filhos e dependentes de uma geração que não volta mais, não é mesmo? Gente, a “vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente antes que a cortina se feche e a termine em aplausos” – Charles Chaplin. Trabalhei na antiga CVRD por nove anos e na Prefeitura Municipal por vinte e oito anos, onde me aposentei em1997. Fui um dos fundadores do antigo jornal “O Passarela”, este extinto por falcatruas de seu presidente da época. Anos depois fui um dos fundadores do mesmo Jornal – outra estampa, onde o deixei em 1983, quando, fui convidado pelo eterno, Virgílio Gazire, prefeito eleito, a assumir a Contabilidade do Município, local onde fiquei por onze anos seguidos. No terceiro mandato de Virgílio fui Secretário Municipal de Administração, posteriormente, transferido para a Procuradoria Jurídica, como advogado, trabalhando inicialmente, com dr. Sérgio Rosa, dr. Mauro Márcio de Alvarenga, dr. Marcus Vinícius Lage Moreira, dr. Francisco Edésio de Alvarenga Lage e dr. Ricardo Torres Sampaio. Advoguei, em banca particular por trinta anos, momento em que constitui a Rádio Pontal de Itabira Ltda., juntamente com dois sócios que, por motivos particulares venderam suas quotas a um grupo político, sem que me concedessem o direito, como sócio remanescente de compra de suas cotas. Com garra e coragem e obstinação montei a emissora; comandei-a durante esses 35 anos de concessão e 28 anos no ar com a Graça de Deus e meus funcionários que carregam o ônus de um trabalho sério e honesto nestas plagas.

Depois, conto mais. Da Gabiroba trouxe lembranças que não apagam nunca mais: Abel e Afonso Camilo, Ninico Amâncio, Sô Lu. Ah! Quantas memórias. Uauuuu!