Nesta data, Itabira comemora 229 anos de existência: 09 de outubro de 1792, quando os Irmãos Albernaz, através do Pico do Itambé avistaram o Pico do Cauê, e aqui pousaram à beira do Córrego da Penha colheram ouro maciço e ouro em pó.

Ao lado do córrego construíram a Igrejinha de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em homenagem a Nossa Senhora do Rosário, celebrada em sete de outubro, esta ainda de pé congregando fiéis e ao inteiro dispor e ao interesse do povo, especialmente, de turistas. Sabe-se que esta Igrejinha, há anos é tombada pelo Patrimônio Histórico de Minas Gerais.

É de se destacar que Itabira foi distrito de Caeté até 1848, quando se tornou cidade, pois até então, era um arraial, tornando-se emancipada possuindo seus próprios governo e administração. Em 1948 comemorou-se seu centenário cujo símbolo desta data, num obelisco, que se encontra instalado defronte nossa Catedral diocesana. Nessa trajetória a cidade que mais produziu divisas para o país, comemora-se, tristemente 173 de emancipação politica nesta data de hoje e, pelo visto, nada a comemorar também pelos setenta e nove anos da exploração do minério de ferro, em extinção. Será este o princípio do triste fim de Policarpo Quaresma? Pelo que se vê, sim! Ora pro nobis! Miserere nobis! Consumat est.

Pensemos juntos: quais serão nossas alternativas nos próximos cem anos? Que será de nossa pobre Itabira sem alternativas? O ouro foi todo para o Japão. O minério de ferro para o Japão, China, Coreia do Sul e Alemanha que se tornaram grandes diante do mundo moderno e Itabira ficando somente com os buracos e crateras que enfeitam nossa paisagem bucólica. Outrora matas virgens! Agora, como dói!

Amigos e amigas ouvintes já passaram a hora, de nossos representantes políticos (prefeito, vereadores e deputado estadual se reunirem em defesa de nosso município e lutarem para que tenhamos algumas alternativas que garantam o futuro de nossos filhos, netos e bisnetos. Alguns meses, aqui neste espaço semanal, abordei aos itabiranos por esta realidade, até então morta: Itabira pode possuir várias usinas Eólicas, ou Energia Solar, e, energia hidráulica, e, outras energias renováveis nos lugares das crateras, que se nos apresentam, usinas estas que poderiam beneficiar os futuros moradores da cidade, isto é, se ela ainda existir, porque se ninguém levantar esta “bandeira”, ou outra prevenindo o novo futuro, meu Deus do céu, não seu não o que será desta terra de Tutu Caramujo. Poderá sim, se tornar uma cidade como as que ficaram após o ciclo do ouro nos velho oeste americano. É isto que querem para o nosso futuro? Pensem nisso, esta é uma realidade da qual não fugiremos caso permaneçamos acomodados, não é mesmo?

Se ficarmos quietos à espera do Brasil a salvação, estaremos arruinados, não é mesmo? Gente, acordemos para essa realidade, talvez dura e irremediável. Não esperem por milagres, pois como expressou Albert Eisenstein: “eles existem, porém, não creio”. As alternativas estão em aberto. Quem se habilita comprá-las e levá-las adiante nesse território do centro-leste de Minas Gerais? Quem? Quem?

Quem? A hora da onça beber água é agora, em pleno fim de 2021 e início de 2022.

Cento e setenta e três anos de emancipação política completaram neste nove de outubro. Uma cidade que muito arrecadou com a exploração e exportação do minério de ferro e do ouro escondido e pouco se fez com a cidade que só possui uma Universidade Federal, assim mesmo, emprestada parte da Universidade de Itajubá. Trabalho este feito pelo engenheiro Cleber de Carvalho e apoio total do superintendente da Vale, na época, dr. Domingos Costa que abraçou a causa para que Itabira tivesse esse empreendimento com apoio total do nosso prefeito daquele momento, dr. João Izael Quirino Coelho. Gente, as coisas acontecem quando há interesse coletivo e quando querem fazer algo por esta terra tão espoliada, roubada e destruída. Chega de olharmos para as paisagens bucólicas de nossa terra e enxergarmos o retrato na parede, uma nova realidade que dói no fundo de nossos corações, não é mesmo? Itabira, cento e setenta e três anos de vermos nosso ouro, inicialmente, nos lombos de burros até a estação ferroviária de Drumond, em Nova Era. Depois, o minério de ferro nas carrocerias de caminhões, Ford ou Chevrolet até o trem carregador levando nossa riqueza ao porto de Vitória no Espirito Santo e ao mundo afora. Depois veio o maior trem do mundo... e de nosso poeta mor tomo emprestado; “O maior trem do mundo leva minha terra para a Alemanha, leva minha terra para o Canadá, leva minha terra para o Japão. O maior trem do mundo puxado por cinco locomotivas a óleo diesel engatadas geminadas desembestadas leva meu tempo, minha infância, minha vida triturada em 163 vagões de minério e destruição. O maior trem do mundo transporta a coisa mínima do mundo, meu coração itabirano. Lá vai o maior trem do mundo, vai serpenteando vai sumindo e um dia, eu sei, não voltará, pois nem trem nem coração existem mais”. Hoje em dia, o mesmo maior trem do mundo continua a levar nossa raríssima riqueza aos confins do mundo, não mais em cinco locomotivas a óleo diesel, mas sim, em uma só máquina, às vezes, em duas engatadas geminadas em cento e oitenta vagões. Até quando não sei! Só sei que até quando o coração deste humilde itabirano suportará o silêncio de nossos vereadores e prefeito municipal. Quem viver verá. Parabéns Itabira! O meu coração bate também por ti, terra querida. Não esqueçam como presente de aniversário, Itabira recebe notícias desagradáveis: o consumo de água cada vez mais reduzido, e o preço da passagem de ônibus urbano, passa dos R$ 4,20 centavos para R$ 8,40 centavos, isto é se nosso prefeito não vetar esse absurdo que, às vezes só acontece na terra de Tutu Caramujo. Sem mais palavras.