EM 2016, CINCO MULHERES FORAM MORTAS EM ITABIRA VITIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA, ALERTA JUIZÃ
A juíza de Direito da 2ª Vara Criminal de Itabira, Cibele Mourão Barroso reuniu-se com advogados e estagiários no fim de semana na sede da 52ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-Itabira) e falou das práticas e metas jurídicas que estão sendo desenvolvidas no município para combater a violência de gênero na região. Segundo ela, cinco mulheres foram mortas este ano vítimas de violência doméstica na Comarca.

Em uma breve explanação das ações que são desenvolvidas no município, a juíza fez um alerta e apresentou dados a respeito da violência de gênero. Desde que assumiu a competência exclusiva para lidar com os casos ligados à Lei Maria da Penha, que trata da violência de gênero, Cibele Mourão tem se dedicado à acelerar estes tipos de processos e também desenvolvido campanhas de conscientização às mulheres, para que denunciem os seus agressores.
Segundo ela, todos os dias são deferidos de oito a 12 medidas protetivas envolvendo agressões a mulheres e recentemente, em apenas um dia, ela chegou a registrar 28 medidas protetivas deferidas.
Este aumento na demanda, explicou a magistrada, é motivado pelo número de denúncias que são feitas. Ela explicou que em Itabira as mulheres são encorajadas a denunciarem os agressores e, por isso, o aumento de registros de crimes desta natureza.

Cibele Mourão reclamou da falta de dados estatísticos envolvendo os casos ligados à Maria da Penha, o que deverá ser revertido a partir do ano que vem.
“A dificuldade estatística relacionada a lei Maria da Penha é nacional, embora saibamos que é um dos crimes mais cometidos no Brasil. É um crime subestimado porque muitas mulheres não têm coragem de denunciar. Em Itabira vamos iniciar esta estatística em 2017, já que tem pouco menos de seis meses que eu assumi a competência exclusiva deste tipo de processo”, citou a juíza.
Questionada se a violência de gênero em Itabira está em situação considerada grave, Cibele Mourão explicou que as estatísticas municipais seguem os mesmos parâmetros nacionais.
“A situação de Itabira reflete a proporção nacional, proporcionalidade que atinge todos os estados e municípios. O que tem acontecido em Itabira é que isso tem vido à tona, não que acontece mais crimes, mas as mulheres são mais encorajadas a denunciar”, explicou.