O Presídio de João Monlevade tem novos diretores desde a última segunda-feira (28). O monlevadense Eliziário Almir dos Santos assumiu a direção da unidade em função da transferência de seu antecessor, Fabiano Dutra, que foi para a unidade prisional da cidade de Governador Valadares.
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Em entrevista, Eliziário relembrou os caminhos trilhados até chegar à direção do Presídio de João Monlevade. Segundo ele atuou por cerca de seis anos na cidade como mototaxista, período em que concluiu o curso de Direito pela Rede Doctum. Em 2012 prestou concurso para agente penitenciário e desde então, trabalha na unidade.
A nomeação do novo diretor foi publicada no início da semana pela Secretaria de Estado de Administração Prisional (SEAP).
Logo após ser empossado diretor, Eliziário indicou para seu adjunto o agente Melquiádes Moreira França Júnior, que trabalha no Presídio desde 2008, quando a segurança dos detentos ainda era feita por policiais civis. Ele foi coordenador de segurança da unidade, atuou no Grupo de Intervenção e teve uma passagem rápida no Presídio de Barão de Cocais.
Jutos, os dois selaram o compromisso de trabalhar para dar melhores condições, de trabalho aos agentes da unidade, e aos apenados e familiares. Para isso, já fizeram contatos com o Ministério Público, o Poder Judiciário, e com o presidente da Câmara Djalma Bastos. "Durante a semana vamos buscar contatos com as demais autoridades do município para dar ciência da nova gestão à frente da unidade, e buscar parcerias para continuar desenvolvendo um trabalho de qualidade no Presídio. Estamos também agendando reuniões com familiares de presos para informar as mudanças da direção. Às vezes eles acham que são excluídos, como reclamaram após o motim de que são tratados de forma diferente, muito pelo contrário. Queremos ter transparência em todo momento e deixar claro que vamos fazer o máximo possível para dar condições à eles. Agora, o problema da superlotação é muito complexo e acontece somente na nossa unidade, isso é uma realidade em quase todos os presídios do país", disse Eliziário.
Situação do Presídio após motim
Para Eliziário a situação da superlotação na unidade prisional ainda é preocupante uma vez que as duas celas danificadas, durante o motim realizado pelos detentos no último final de semana, ainda estão interditadas e precisam passar por reformas. "No momento estamos aguardando uma visita técnica de um profissional do Estado, para fazer uma avaliação dos danos causados para que, posteriormente, possamos dar sequência às reformas para podermos retornar com os presos que estão nas outras celas, para aliviar a situação. Mas ainda assim, mesmo liberando as duas celas interditadas, vamos continuar com o problema da superlotação", alertou o diretor.
O presídio, que conta hoje com 11 celas, tem capacidade ideal para 77 detentos. Na ocasião do motim havia 288, sendo que 88 foram transferidos após a crise para presídio de Ponte Nova e Muriaé, na região da Zona da Mata mineira.
BELL SILVA